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São Paulo Oferece Ônibus Grátis aos Domingos e Feriados
A cidade de São Paulo anuncia uma nova medida que promete transformar a mobilidade urbana e aumentar a acessibilidade aos seus cidadãos: a partir do próximo domingo, dia 17, o transporte público de ônibus será gratuito aos domingos e em feriados selecionados, das 0h às 23h59. Esse novo programa, que inclui também os dias 25 de dezembro, 1º de janeiro e 25 de janeiro (aniversário da cidade), visa incentivar a utilização do sistema de ônibus, que opera com 60% de capacidade ociosa nos domingos.
Com 1.175 linhas em atividade e um total de 4.830 veículos, a gratuidade está acessível a todos os moradores e visitantes da metrópole que normalmente transporta aproximadamente 2,2 milhões de passageiros nesse dia da semana. Para usufruir do benefício, é necessário ter o Bilhete Único, mas mesmo aqueles sem o cartão poderão contar com a assistência dos cobradores ou motoristas para acessar o serviço sem custo.
O diretor-presidente da SPTrans, Levi Oliveira, clarificou o funcionamento: os passageiros com o Bilhete Único terão a passagem liberada automaticamente, enquanto aqueles sem o cartão contarão com um bilhete de bordo disponibilizado pelos cobradores ou um dispositivo manuseado pelo motorista para liberar a catraca.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, assegurou que a medida não demandará um aumento dos repasses municipais para as concessionárias de ônibus, uma vez que o serviço não necessitará de um acréscimo na frota ou nas linhas existentes, mesmo com um potencial aumento no número de usuários.
Qual o impacto de oferecer ônibus grátis aos finais de semana?
Apesar da prefeitura estimar uma perda de receita de cerca de R$ 280 milhões anualmente, derivada do não pagamento das passagens, Nunes justificou a decisão apontando benefícios econômicos e sociais ampliados. Para ele, o acesso grátis ampliará a utilização do transporte público como veículo para o lazer e a exploração da cidade, potencializando a economia local e promovendo bem-estar, com impacto positivo na saúde mental dos cidadãos.
O pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Santini, enxerga tal política como um progresso, indicando a possibilidade de ser um teste para a implementação plena da tarifa zero. Segundo Santini, a iniciativa pode tanto favorecer a população quanto servir para reverter a tendência de diminuição no número de passageiros, que havia caído em 1 bilhão de pessoas entre 2013 e 2022, uma estatística preocupante para a sustentabilidade do sistema.
Contudo, Santini ressalta a necessidade de uma gestão cuidadosa dos recursos e a transparência na aplicação dos subsídios às concessionárias para garantir uma qualidade excepcional do transporte público. Com isso, a prefeitura procura balancear a equação financeira do sistema de transportes, ao mesmo tempo em que torna a cidade mais inclusiva e seus espaços mais frequentados.
Esta perspectiva pioneira, que coloca São Paulo na vanguarda de políticas de mobilidade urbana inclusivas, pode ter reflexos positivos significativos tanto para a economia local quanto para a qualidade de vida dos habitantes.